Não é possível classificar todos os tipos de entrevista, mesmo por que, devido às suas características cada entrevista pode se configurar como um tipo único.
Mas numa visão mais geral é possível classificar alguns tipos básicos em função do tipo do entrevistador ou da circunstância da entrevista.
1. Entrevista na Área de Recursos Humanos
Geralmente, uma vaga que é anunciada em jornais ou revistas terá sua primeira entrevista feita por pessoal de recursos humanos. Contudo, há sempre uma tendência a compatibilizar o cargo do entrevistador com o do candidato.
É claro que uma entrevista deste tipo não irá ater-se a aspectos intimamente ligados à sua área de atuação, mas antes a aspectos gerais sobre o trabalho.
Coisas como política de benefícios, incentivos, perspectivas de desenvolvimento, necessidades gerais da empresa, perfil desejado etc., fazem parte das informações transmitidas por este tipo de entrevistador.
Em contrapartida, você será arguido sobre seus interesses profissionais e pessoais, experiências anteriores em termos gerais, histórico profissional (tempo, promoções, tipos de empresas em que atuou, tipos de chefia etc.), expectativas e interesses quanto ao novo cargo, aspectos da vida familiar e social, interesses culturais e de lazer etc.
Muitos candidatos têm uma certa resistência quanto a serem entrevistados por esse tipo de profissional (principalmente quando se tratar de uma psicóloga e com pouca idade), por julgarem que ele não terá condições de realizar uma avaliação suficientemente criteriosa sobre os candidatos.
Acabam por assumir um certo descaso para com a entrevista e mesmo para com o entrevistador, prejudicando sua performance e o resultado da entrevista.
Tenha em mente que esse tipo de entrevistador é uma pessoa especializada na tarefa e, o que é mais importante, foi designado para realizar a entrevista.
Isto confere a esta entrevista um valor próprio dentro do processo de seleção, valor este que aumentará na medida em que esta seja sua primeira oportunidade de contato com a empresa.
2. Entrevista Técnica
Neste tipo de entrevista, o foco está nas questões ligadas aos seus conhecimentos e experiências estritamente técnicos.
É um tipo de entrevista que só poderá ser desenvolvida por um entrevistador com conhecimentos no mínimo compatíveis com aqueles do seu nível profissional. Normalmente, são pessoas de sua própria área de trabalho e que possuem conhecimentos iguais ou superiores ao seu.
Não é possível prever, contudo, qual a profundidade e a forma de abordagem de tal entrevista, nem o tipo de entrevistador. Mas é possível prever que será necessário, de sua parte, um desempenho a um só tempo técnico (no sentido de responder o mais adequadamente possível às questões) e envolvente, no que diz respeito a relação que você estabelecerá com seu entrevistador.
Também é importante ressaltar que não há uma expectativa de que você saiba todas as respostas, nem de que você responda exatamente como nos livros ou manuais. O que há é uma expectativa quanto à sua capacidade de relacionar as informações e coordená-las de modo produtivo.
Assim, não há nenhuma necessidade de você começar uma reciclagem intensiva, apenas retome as questões fundamentais de sua área (que você já tem introjetadas no seu cotidiano de trabalho) e preocupe-se em estar atualizado. Normalmente, a leitura de publicações / artigos de sua área é um bom método e, inclusive, ajuda a tranquilizá-lo quanto aos seus conhecimentos.
Uma outra coisa importante é a humildade: a capacidade de reconhecer em si falhas (de formação, conhecimento), defeitos (vícios, aprendizados distorcidos e condicionados) e desconhecimento (termos / procedimentos específicos, abordagem diferenciada, etc.).
Tenha em mente que, caso seus conhecimentos presentes sejam satisfatórios, você tem a possibilidade de ser escolhido. Afinal, toda empresa sabe que há uma constante necessidade de reciclagem, para todos os tipos de profissional, e para tanto, são necessários tempo e dinheiro (seus e da empresa!).
3. Entrevista Exploratória
É o tipo mais vago.
O entrevistador tanto pode ser uma pessoa de recursos humanos, como um profissional de sua área, de seu nível ou superior (inclusive seu futuro chefe).
O foco não é muito definido (por questões estratégicas ou mesmo por deficiência da estruturação da entrevista) e pode ir desde questões técnicas até questões de ordem pessoal.
O certo é que esta entrevista (seja ela preliminar ou mesmo um segundo contato) tem o objetivo de fazer uma sondagem, uma exploração do tipo de perfil dos candidatos. Como é a menos objetiva quanto ao foco de atenção, pode se caracterizar como a mais difícil para o candidato, por não lhe dar condições de definir uma linha única de atuação.
Assim, se o foco é múltiplo, múltiplas também devem ser suas facetas profissionais. Para uma questão técnica, seja técnico (o que não significa aridez ou rigidez, e muito menos o uso de “tecniquês”); para uma questão pessoal, seja pessoal, ou seja, relacione-se com o entrevistador de igual para igual. Não procure encontrar o “eixo” da entrevista (pode ser que nem haja eixo !) muito menos o nexo lógico entre as questões (pode ser que estejam desconectadas por mero acaso), procure antes estabelecer uma relação de entrevista produtiva e flexível. Sinta-se a vontade, mesmo que o entrevistador aborde assuntos que você julga desnecessários ou não relacionados ao cargo. Aproveite a oportunidade e explore você também o entrevistador e a empresa dele.
4. Entrevista com Superior
Esse também é um tipo de entrevistador que pode ter os mais variados enfoques. Não só pelo fato de que nem sempre seu futuro superior seja um “entrevistador profissional”, mas também porque a posição dele permite que numa mesma entrevista ele percorra o caminho que vai do conhecimento inicial à avaliação final.
Se o entrevistador se identificar com o seu futuro superior, a relação ficará mais fácil e o seu caminho mais definido. Contudo, pode ser que estrategicamente ele não se identifique como tal.
Isso indica um profissional mais experimentado em entrevistas, que utilize tal estratégia com algum objetivo determinado – avaliar sua postura no relacionamento com chefia, por exemplo.
Também nesse caso, o que se espera de você é uma qualidade técnica e comportamental compatível com o cargo, e que se expresse numa forma de relacionamento durante a entrevista que seja ao mesmo tempo solidamente embasada em conhecimentos e experiências, e também em resultados e propostas. Lembre-se que um futuro chefe sempre terá um “perfil ideal” para o cargo e tentará identificar todas as características desse perfil em cada um dos candidatos. Não assuma portanto, numa situação como esta, uma postura subserviente.
Seja um profissional ativo, participativo, que não tem medo de expressar opiniões, que sabe ouvir e avaliar posições diversas da sua e coordená-las. Também não é bom assumir uma postura autossuficiente, de quem prescinde de comando ou orientação.
Evidencie sua capacidade de trabalhar em grupo, relacionar-se com a chefia e equacionar as necessidades de ambas as partes.
Fonte: Manager
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