Brasileira é aprovada em Stanford para doutorado

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A brasileira passou no doutorado para cursar numa das melhores faculdades dos EUA: Stanford. Mas como? Aos 25 anos de idade, a paulistana Ana Beatriz Pousada se deparou com uma escolha que poucos jovens da sua idade têm o privilégio de fazer: entre quatro excelentes universidades norte-americanas, eleger aquela em que faria seu doutorado. O motivo da dúvida? Ela foi aprovada em todas.

Graduada em economia pela USP (Universidade de São Paulo) e com mestrado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica), Ana Beatriz foi aceita pelas universidades de Columbia, Chicago, Yale e Stanford. Na dúvida entre as duas últimas, acabou ficando com Stanford — sobretudo pelo fato de que o programa de PhD inclui mais cedo a etapa da pesquisa, sua grande paixão.

Ana Beatriz é pesquisadora na área de economia do trabalho, tema que começou a estudar durante o mestrado. Foi no meio da faculdade, aos poucos, que ela descobriu seu interesse pela carreira acadêmica — que pretende seguir após os 6 anos de doutorado que a esperam na cidade de Palo Alto, na Califórnia.

“Gosto da profundidade da pesquisa, de poder pensar num tema a fundo, investigar os porquês de um fenômeno”, explicou. “Além disso, muitas vezes você descobre coisas que podem sustentar novas políticas que ajudem o Brasil a crescer”.

Ela também contou como foi esse processo e dá dicas aos jovens que querem seguir o mesmo caminho. Confira!

Você terá alguma bolsa de estudos em Stanford?

“Sim, vou contar com uma bolsa dada pelo próprio departamento, que cobre a mensalidade do doutorado. Também há um valor extra que eles pagam todo mês, que é aproximadamente o custo de vida no bairro da universidade. O objetivo é que o aluno não tenha muita preocupação financeira, isto é, que tenha uma vida confortável, sem luxos, durante os 6 anos de curso.”

O que foi mais difícil nos processos seletivos?

“A parte mais desafiadora foi escrever uma carta dizendo por que eu seria uma excelente aluna de doutorado para essas instituições. Tenho a impressão de que, na nossa cultura brasileira, nós não temos o costume de falar muito sobre as nossas qualidades, sobre aquilo que fazemos bem.

Precisei fazer várias versões do texto. Pedi para colegas e familiares lerem os meus rascunhos. Eles apontaram o que que eu poderia melhorar e pontos em que estava sendo muito humilde. Finalmente, consegui chegar a uma versão do texto que me satisfez.”

Como foi o seu desempenho nas provas de admissão?

“Fiz duas. Uma é o TOEFL [Test Of English as a Foreign Language], que mede a proficiência em inglês. Minha pontuação foi 113, de um total de 120. Também fiz o GRE [Graduate Record Examinations], uma prova de matemática e inglês. As escolas orientam que a gente gabarite ou quase gabarite a parte de matemática. Cai a matéria do ensino médio brasileiro, não é a matemática que aparece no ensino superior. Há muitas questões de raciocínio lógico, para avaliar como a gente lida com problemas matemáticos. Nessa prova eu tirei a nota máxima, que é o que eles pedem geralmente.”

Qual é o seu conselho para jovens que querem seguir um caminho parecido com o seu?

“Acho que os espaços estão abertos. O mais importante é mesmo estudar e ir atrás. Se você tem interesse legítimo em pesquisa, isso vai aparecer na sua trajetória e deve se refletir na sua candidatura. Acaba dando certo. Muitos brasileiros vão fazer doutorado em grandes universidades americanas, já faz muitos anos, principalmente na área de economia. Sem dúvida é um sonho possível.”


Fonte: Exame

Imagem em destaque: Foto/Reprodução internet

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