8 filmes da Netflix que dão uma verdadeira lição de carreira

The Netflix Inc. website and logo are displayed on laptop computers arranged for a photograph in Washington, D.C., U.S., on Tuesday, Jan. 21, 2014. Netflix Inc., the largest subscription streaming service, is expected to release earnings data on Jan. 22. Photographer: Andrew Harrer/Bloomberg

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Entretenimento com reflexão

Cinema é muito mais do que entretenimento: um filme pode servir como alavanca para você questionar suas crenças, conhecer novos pontos de vista e ganhar clareza sobre diversos temas da vida.

Lições sobre carreira podem estar escondidas nos títulos mais inusitados – até naqueles que aparentemente parecem não ter nada a ver com o mundo do trabalho.

Nesta galeria, você verá uma seleção de 8 filmes que trazem valiosos ensinamentos sobre carreira, do clássico drama “Forrest Gump” ao surpreendente documentário “O sushi dos sonhos de Jiro”. Todos estão disponíveis na Netflix.

Navegue pelas imagens a seguir e confira a lista. As obras são comentadas pelo antropólogo empresarial Marco Oliveira, pelo consultor Pedro Grawunder, pela professora Ana Cristina Limongi-França, da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e pela pesquisadora Fernanda Lemos, da mesma instituição.

“Gênio indomável”

Com diversas passagens pela polícia, o rebelde Will (Matt Damon) trabalha como zelador numa universidade em Boston. Tudo muda quando, por acaso, ele é descoberto como um gênio da matemática por um professor do renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology).

O que acrescenta à carreira? A discussão gira em torno do papel da inteligência emocional para o sucesso. “O filme mostra que essa competência é mais aprendida do que inata, isto é, pessoas nascidas e criadas em famílias problemáticas têm mais probabilidade de apresentar baixa inteligência emocional”, explica Oliveira. “Também se explora a dificuldade de lidar com um gênio ou indivíduo superdotado, cujo modo de pensar e interagir pode fugir completamente do convencional”.

“Good Will Hunting”
Diretor:
Gus Van Sant
Ano de lançamento:
1997

“Forrest Gump”

Forrest Gump (Tom Hanks) é um rapaz com coração puro – e um QI muito abaixo da média. Sonhando com seu amor de infância, Jenny, ele acaba se envolvendo por acaso em momentos essenciais da história dos Estados Unidos, como a Guerra do Vietnã e o escândalo de Watergate.

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O que acrescenta à carreira? De acordo com o consultor Pedro Grawunder, o filme é interessante por mostrar uma história de sucesso que não tem nada a ver com inteligência ou ambição. Forrest consegue se tornar uma estrela milionária graças à sua lealdade aos amigos, à perseverança em situações duras e sua capacidade de ser grato pelo que tem. Não que isso signifique que você deva abandonar as suas ambições profissionais: o que Forrest ensina é o valor de conhecer as emoções das pessoas ao seu redor, e atender às necessidades mais humanas de chefes, clientes e colegas. “Ser humilde e se sacrificar pelos outros pode tornar você muito mais influente do que o uso da inteligência pura”, diz Pedro.

“Forrest Gump”
Diretor:
Robert Zemeckis
Ano de lançamento:
1994

“O sushi dos sonhos de Jiro”

O documentário retrata a vida de Jiro Ono, proprietário de um renomado restaurante em Tóquio, no Japão. Ele nunca tirou férias, detesta folgas e não tem qualquer distração. Aos 85 anos, ele conserva a obsessão que o levou à fama: a busca pelo sushi perfeito.

O que acrescenta à carreira? Além de ser um banquete para os olhos dos amantes da culinária japonesa, o filme aborda temas como vocação e envolvimento emocional com o trabalho. “Embora não seja o único ingrediente para o sucesso, a paixão é algo muito positivo, porque impulsiona, renova os limites”, diz Ana Cristina Limongi-França, professora da FEA-USP. No entanto, é importante cuidar para que ela não se transforme em obsessão: se for assim, você pode perder o senso de realidade e comprometer seriamente as suas relações com colegas, chefes e familiares.

“Jiro dreams of sushi”
Diretor:
David Gelb
Ano de lançamento:
2011

“Sociedade dos poetas mortos”

Na década de 1950, a rotina do tradicional colégio Welton Academy é afetada pela chegada de um novo – e pouco ortodoxo – professor de literatura, John Keating (Robin Williams). O principal objetivo de John é ensinar seus alunos a pensar por si próprios e usufruir ao máximo da vida.

O que acrescenta à carreira? Se você quer mudar algo na sua empresa, prepare-se: a tarefa não será fácil. “É tão difícil confrontar o establishment e a cultura reinante, que o mais provável é que as coisas permaneçam como estão”, diz o consultor Marco Oliveira. De acordo com ele, além dessa dura dose de realismo, o filme também traz uma defesa do aprendizado ativo e participativo. A melhor forma de adquirir uma nova competência é por meio da discussão e da reflexão – e não decorando ou repetindo teses e teorias, por melhores que elas sejam.

“Dead Poets Society”
Diretor:
Peter Weir
Ano de lançamento:
1989

“Wall Street: Poder e cobiça”

De olho na possibilidade de ascensão profissional, Bud (Charlie Sheen) desenvolve uma relação cada vez mais próxima com seu inescrupuloso chefe Gekko (Michael Douglas).

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O que acrescenta à carreira? O filme mostra sem rodeios a falta de escrúpulos de muitos agentes do mercado financeiro, interessados exclusivamente em seus próprios bolsos. “É o tratamento do dinheiro como riqueza a ser acumulada, e não como capital a ser posto a serviço do bem da sociedade”, explica Oliveira. O retrato dos efeitos da ganância desenfreada merece a atenção não apenas de quem trabalha no mercado financeiro, mas também de qualquer profissional disposto a pensar sobre a relação entre dinheiro e felicidade.

“Wall Street”
Diretor: Oliver Stone
Ano de lançamento:
1987

“Sem limites”

Eddie (Bradley Cooper) é um escritor frustrado com sérias dificuldades financeiras. Tudo muda quando ele descobre uma pílula misteriosa que lhe permite usar 100% das suas capacidades mentais.

O que acrescenta à carreira? Se você se sente seduzido pela ideia de tomar um remédio que fará o seu cérebro milhares de vezes mais poderoso, cuidado: a inteligência superior pode ser extremamente perigosa se não vier acompanhada de valores e princípios positivos. Segundo Oliveira, o filme também ensina que um indivíduo muito inteligente e bem intencionado que fracasse nos seus objetivos pode causar um mal muito maior do que uma pessoa estúpida e mal intencionada que consiga fazer exatamente o que pretendia.

“Limitless”
Diretor:
Neil Burger
Ano de lançamento:
2011

“À procura da felicidade”

Nos anos 1980, o vendedor Chris Gardner (Will Smith) enfrenta terríveis dificuldades financeiras. Abandonado por sua mulher, luta diariamente para proporcionar uma vida melhor a seu filho de 5 anos.

O que acrescenta à carreira? O filme põe em evidência as pessoas que se esforçam para vencer na vida mesmo quando estão em clara desvantagem na pirâmide social. “Sugere-se que quem não medir esforços para ‘chegar lá’ efetivamente ‘chegará lá’, o que é uma tese muito discutível”, diz Oliveira. Ao assistir o filme, a dica é ter um olhar crítico sobre o típico discurso de autoajuda implícito na história. “Fica a impressão de que o sucesso depende exclusivamente do esforço do indivíduo”, afirma o consultor. “Na verdade, para cada Chris Gardner que tem sucesso, vinte outros Chris Gardners irão fracassar rotundamente”.

“The pursuit of happyness”
Diretor:
Gabriele Muccino
Ano de lançamento:
2006

“Amor sem escalas”

Ryan (George Clooney) viaja constantemente para executar uma função ingrata: dar a notícia da demissão a funcionários dos seus clientes. Um encontro inesperado, porém, fará com que ele repense seu estilo de vida.

O que acrescenta à carreira? Trabalhar fora do Brasil e construir uma trajetória internacional é o sonho de muita gente. Porém, a vida entre um aeroporto e outro pode trazer angústias inesperadas. Para evitar arrependimentos, diz Fernanda Lemos, pesquisadora da FEA-USP, é importante não negligenciar a busca pelos vínculos afetivos e pela identidade pessoal. “Ao ganhar espaços e expandir as suas fronteiras na carreira, não se pode esquecer o próprio eu”, diz a pesquisadora.

“Up in the air”
Diretor:
Jason Reitman
Ano de lançamento: 2009


Por: Claudia Gasparini

Fonte: Exame

Imagem em destaque: Foto /Reprodução da Internet


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