Coisas que se vive no RH

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Alerta de Textão!

Me pediram pra contar sobre as histórias engraçadas que aconteceram no RH. Posso dizer que trabalhar com pessoas é no mínimo desafiador. A minha área de atuação, o Departamento Pessoal, chega a ser até um tanto ingrata, pois ela só vai aparecer se você não estiver fazendo seu trabalho direito.

Ninguém vai te dar os parabéns porque o salário veio certinho e todos os eventos estão corretos, agora experimenta descontar algo errado pra ver. Chega a dar medo quando vai se aproximando essa época do mês. Já ouvimos frases do tipo: “Ah mas é só apertar o botão e o sistema faz tudo”, “O RH só trabalha a partir do dia 30”. Nessas horas até a pessoa mais plena do Universo surta, mas depois de uma certa experiência, a gente começa a dar risada e concordar com as pessoas, afinal é melhor ter paz do que ter razão.

E quando perguntam desse tal de eSocial? É o assunto queridinho do momento, ou nem tão querido assim, anda aparecendo em todos os lugares, mas esse tema vai ficar para o próximo textão.
É muito curioso falar do setor de RH, as pessoas não fazem a mínima ideia de tudo que vivenciamos, mas olha, uma coisa te garanto, tem dias que é muito divertido.

Já teve colaborador me dizendo que alguém tinha sacado o FGTS dele, mesmo eu explicando o processo burocrático que é junto a CAIXA e isso era praticamente impossível acontecer. No final ele falou que tinha sido eu. Gente, já pensou se o RH conseguisse sacar o FGTS de todo mundo? Seria bem legal, mas não, a gente não consegue.

Trabalhei em uma empresa em que a maior parte do atendimento era feita a distância. Aí você imagina a loucura. A maioria das coisas era resolvida por telefone, e-mail e afins. Se a comunicação interna já é um grande problema nas organizações, imagina a comunicação a distância. Um belo dia meu telefone toca e eu atendo como de costume:

– “RH Lilian, Boa tarde!”
– Desculpa, quem? – perguntou a pessoa no outro lado da linha.
– Olá, é a Lilian, em que posso ajudar?
– Ah então Aline, é que estou com uma dúvida.

Nesse momento pensei, corrijo a pessoa, será que falei muito baixo, ou será que falhou a ligação, mas ok, respirei e perguntei:

– É Lilian, qual sua dúvida?

E a pessoa continuou:

– Pois é, desculpa Mirian, mas então…

Desisti. Nunca acertam meu nome de primeira. Já chegaram até a me chamar de Magali. Bem parecido né?!

Pedi o e-mail dela, enviei meu contato e em seguida ela me liga desesperada:

– Menina, estou morrendo de vergonha, como você me deixou falar tantas vezes o seu nome errado?

Foi hilário, nunca mais ela esqueceu meu nome e toda ligação que fazia pra mim ela lembrava, – “Viu Lilian, agora falei certo”!!

Teve aquele que disse que não tinha enviado a documentação no prazo porque tinha ido pra casa tomar um banho, porque naquele dia fazia muito calor. Outro dia, o motivo foi que tinha estourado a caixa d’água do prédio, e ele sabia que eu não ia acreditar, mas tinha molhado tudo.

Já aconteceram também coisas bem aleatórias, como por exemplo uma colega que se despediu de todo mundo e foi embora do nada. Menos de 1 minuto depois ela volta pra sala rindo porque tinha visto a hora errada. Outra colega, da mesma equipe vivia no mundo da lua. Um dia, quando estávamos explicando sobre um caso de um falecimento, indignada ela perguntou: “ Tá, mas como assim, o morto ligou???”. Todo mundo se olhou, rolou aquele silêncio e a gente achou que ela estava zoando com a nossa cara, mas não. Resultado? Muitas gargalhadas.

Já teve colaborador que foi demitido e não aceitou de jeito nenhum, fingiu demência e no outro dia voltou a trabalhar, ligou o computador normalmente como se nada tivesse acontecido. Aí vieram procurar quem? O RH. E convencer a pessoa que ela tinha sido demitida e não precisava voltar mais? Pensa no sufoco, mas conseguimos. Essa história nunca vamos esquecer porque todo mundo pensa que esse tipo de coisa não é verdade, mas acreditem, acontece.

E aquele outro que seria demitido e pediu demissão um dia antes, e veio no outro dia sedento por vingança nos acusando e afirmando que era nosso dever ter avisado que isso aconteceria. Não, em hipótese nenhuma não!!!

Um belo dia, eu estava de cabeça baixa, conferindo alguns relatórios, e nisso entra um rapaz e pede para medir a pressão. Nesse momento fiquei branca, bege e em choque pois não era nosso funcionário, simplesmente achou bonita a entrada da empresa e veio direto no RH achando que era uma farmácia. Fiquei meio sem jeito, medi a pressão dele, e graças a Deus estava tudo certo. No fim, ele saiu pleníssimo e agradeceu. Ué?! Então tá né?!

Tem pessoas que passam por nós e se tornam verdadeiros ícones, são tantas histórias divertidas que se fosse contar ficaria horas relembrando. Mas nem tudo são flores. Passamos também por muitos momentos decisivos, tristes e desafiadores.

Somos observados o tempo inteiro, temos que ser perfeitos e não podemos errar nunca. Precisamos motivar as pessoas, entregar projetos, honrar os salários e tudo mais. E do RH quem é que cuida?

Esses dias uma colega contou que de tão louca que estava com o fechamento da folha de pagamento, chegou em casa e estava tentando abrir o portão com o crachá. Logo depois, chega a vizinha e fica olhando a cena, incrédula no que estava vendo, aperta o controle ,abre o portão e sai disfarçadamente. É, a gente acaba ficando meio louco. Muita informação, muitas contas, muitos compromissos, atendimento, burocracia, leis mudando o tempo todo.

Aí agora, você deve estar pensando, ué, mas porque então alguém escolhe essa profissão? Senta aí, que eu vou te dizer. Temos loucura, temos! Temos cobrança? Temos. Temos vontade de largar tudo e sumir? Muitas vezes! Mas olha, não tem nada mais gratificante que você conseguir ajudar alguém com o seu trabalho. Ouvir um “Nossa, muito obrigada pela explicação, agora eu entendi que está correto” ou conseguir antecipar um benefício porque vai ter um feriado e ver as pessoas felizes pois poderão utilizar antes. Ver que alguém com um problema gigante chega pra você desesperado e você consegue solucionar em 5 minutos o que pra ele parecia o fim do mundo. Esse tipo de coisa sabe, vale a pena no final.

Não é sobre o quanto ganhamos ou precisamos trabalhar. É sobre as pessoas que conhecemos, as histórias que acompanhamos, as experiências que vivemos. Nada substitui esses aprendizados corriqueiros do dia a dia. Entre todos os perrengues, alegrias, tristezas e coisas que já vivi, a dor e a delícia de ser profissional dessa área, com toda certeza eu posso te dizer: é RH que eu amo ser.

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