Como identificar o melhor candidato de seu processo seletivo

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“O candidato ideal é aquele que apresenta resiliência e possui valores compatíveis com o da empresa”
Não faltam candidatos bons para ocupar uma vaga de emprego. É por esse motivo que um histórico excelente e a escolha de um bom modelo de currículo já não são mais suficientes para definir se o profissional é o mais adequado em um processo seletivo. Valores compatíveis com o da empresa, respeito às pluralidades e determinação para executar cada vez mais são características fundamentais para se sobressaia em uma entrevista.

Para mostrar as expectativas do novo departamento de Recursos Humanos, a Robert Half realizou um levantamento com grandes executivos à frente de empresas de diversos setores para saber como eles selecionam os melhores talentos para seus times. De acordo com o estudo, um dos principais desafios do pessoal responsável pelo recrutamento e seleção para identificar o melhor candidato é enxergar além do currículo. Ou seja, encontrar nos profissionais algo que os diferencia dos demais, mas que não está escrito nas competências e experiências agrupadas em um currículo.

Uma das principais características que o RH procura, segundo os participantes da pesquisa, é a sintonia entre os valores da cultura corporativa e os do profissional, pois só assim uma equipe de alta performance pode ser construída e se manter motivada para superar os desafios do cotidiano no mundo corporativo. Além disso, os profissionais julgam conhecimento prático e capacidade de atingir metas importantes na hora da contratação, mas o alinhamento conta muito mais para garantir a vaga. Outro diferencial para os responsáveis pelo recrutamento e seleção é o ato de “vestir a camisa” da companhia e ter um plano de carreira, focando na liderança do mercado, características fundamentais para a sustentabilidade da empresa e da própria carreira.

O comportamento ideal para um candidato

Outro estudo feito pela consultoria Robert Half, dessa vez sobre as demandas profissionais da geração Z – jovens nascidos na década de 1990 –, revela que os candidatos que estão chegando ao mercado de trabalho apresentam valores compatíveis com os da empresa. Ou seja, já não é mais tão comum que funcionários dessa faixa etária sejam dispensados devido ao mau comportamento.
A pesquisa indica, ainda, que 30% dos entrevistados aceitariam uma redução salarial de até 20% para trabalharem em uma companhia que compartilhe a mesma missão que eles acreditam. 74% deles preferem se comunicar pessoalmente com os colegas, provando que sabem que a comunicação é parte dos componentes chaves para o sucesso coorporativo. Além disso, 38% valorizam a honestidade e a integridade de um gestor.

Outros comportamentos que são valorizados no mundo coorporativo e avaliados pelo time de recrutamento e seleção durante um processo seletivo são espírito de liderança e de equipe, além de empatia com outros colaboradores. Essas características estão sendo cada vez mais exigidas, já que as empresas perceberam que é mais viável treinar equipes para processos técnicos do que ensinar valores. Resiliência, vontade de aprender, comprometimento, abertura a mudanças e para a solução de conflitos também contam à favor do candidato na hora da contratação.

Resiliência profissional é indispensável

A maioria das entrevistas de emprego é focada em qualidades e experiências positivas de um candidato, mas agora, a tendência é descobrir os insucessos na carreira dos profissionais, pois é na derrota e nos momentos de perda que o profissional aprende respeitar, a ter determinação e espírito de equipe e a trabalhar em conjunto para buscar solução de conflitos dentro do ambiente empresarial. Contar sobre momentos de adversidade demonstra a capacidade de resiliência do candidato, que nada mais é do que seguir com foco, disciplina, respeito e determinação frente às adversidades do mundo corporativo. É por isso que os candidatos que veem nos momentos difíceis de sua carreira um bom motivo para aprender novas lições e a superar desafios são vistos com bons olhos pelas corporações e têm a oportunidade de se saírem melhor na seleção.

A técnica para extrair tudo isso de um candidato durante a entrevista é pedir uma apresentação de um currículo às avessas, com algumas falhas que ocorrem inevitavelmente no dia a dia corporativo. Assim, é possível saber como eles superaram desafios e o que aprenderam com as situações, identificando valores importantes, conforme aponta a pesquisa.

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A inteligência emocional do candidato

É quase impossível descobrir todos os valores, ética e potencial de um candidato durante os primeiros contatos. No entanto, a maioria já passou por situações em que a honestidade foi testada, e essa é uma das características que pode ser avaliada por meio da emoção expressada pelo candidato. Assim, incentivar o profissional a falar de momentos complicados, como, por exemplo pedir para ele contar como foi seu último dia de trabalho na empresa anterior, permite avaliar as reações verbais e as não-verbais, igualmente importantes para a escolha do colaborador ideal.

Foco e produtividade

Essas duas características servem para garantir metas de curto prazo, mas também manter a perspectiva dos objetivos a longo prazo. Candidatos que exageram na forma de trabalhar, com um ritmo acelerado ou lento demais, podem acabar desgastando sua motivação com o tempo e trazer resultados negativos.

É fundamental que o departamento procure por profissionais consistentes, focados e disciplinados, mas que não demonstrem exageros nas entregas. Por isso, a vida do profissional não pode girar em torno do trabalho: se dedicar à família e ao lazer ajuda no equilíbrio emocional e motivação, características que contam positivamente no cargo.

O que avaliar durante a contratação

Quanto os Recursos Humanos estão contratando, é preciso ponderar sobre quatro atitudes essenciais para escolher o profissional mais adequado para o cargo, conforme legado da consultoria:
– Procurar pessoas que saibam perder e cometer erros, aprendendo a tirar bons ensinamentos dessas situações;
– Identificar os valores que guiam o candidato na tomada de decisões e se estão alinhados com os da empresa;
– Perguntar sobre a vida pessoal do candidato. É muito importante que ele tenha uma;
– Atentar-se à comunicação verbal e não-verbal ao fazer perguntas que reavivam suas emoções;


Fonte: Consultoria Robert Half

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