Esta semana, o professor Wemerson Nogueira da Silva, de 26 anos, poderá entrar para a história ao vencer a terceira edição do prêmio Professor Global. Ao todo, o Varkey Foundation Global Teacher Prize 2017 dará ao vencedor a quantia de US$ 1 milhão.
Segundo o Estadão, trata-se do maior prêmio do gênero, que tem por objetivo reconhecer “um professor excepcional que tenha feito uma grande contribuição para a profissão, além de chamar a atenção para o importante papel que os professores exercem na sociedade”.
Wemerson Nogueira, que é o único brasileiro a concorrer neste ano, foi professor de ciências da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Antônio dos Santos Neves, localizada em Boa Esperança, no Espírito Santo.
Em 2012 desenvolveu o projeto ‘Jovens Cientistas’, que estimulava os alunos na prática esportiva, educacional e social, visando retirar os estudantes mais pobres do mundo da criminalidade. “A comunidade é carente de tudo e muitos alunos faziam o tráfico de drogas nos arredores e nas dependências da escola. Comecei a motivá-los para a música, para o esporte e, por fim, envolvi os pais. Os alunos passaram a ter interesse pela escola e pelo contexto social.”, conta Wemerson ao Estadão.
Entre os vários projetos desenvolvidos pelo educador está o “Filtrando as Lágrimas do Rio Doce”, que constatou os efeitos da poluição resultante no rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais. O projeto também revelou sistemas de tratamento de água e a distribuição de filtros para a comunidade ribeirinha local. Por fim, o “Filtrando as Lágrimas do Rio Doce” rendeu os prêmios de Educador Nota 10 e de Educador do Ano pela Fundação Victor Civita.
Outro projeto desenvolvido por Wemerson contribuiu para a diminuição do índice de violência doméstica em 80% no período de dois anos. Segundo o próprio professor, muitos alunos conseguiram vagas em escolas disputadas da região, como o Instituto Federal do Espírito Santo e até a faculdade de Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Vale destacar que Wemerson graduou-se através de um curso a distância, já que, na época, não conseguiu ser aprovado em uma universidade pública. Para pagar a mensalidade de R$ 190, o jovem vendeu picolé no palito e juntou R$ 700 em uma conta poupança, até finalmente começar a trabalhar em uma escola local e pagar o restante do curso com o salário que recebia.
Caso vença o Professor Global 2017, o brasileiro pretende construir um laboratório de Ciência e Tecnologia em sua cidade. “Sei da importância porque minha escola não tinha um microscópio para mostrar uma célula para os alunos.”, afirma Wemerson.
O vencedor será anunciado no Fórum Global de Educação e Habilidades no dia 19 de março.
Fonte: Administradores
Imagem em destaque: Foto/Reprodução internet
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