Desde que a crise se instalou no mercado de trabalho, conversar com recrutadores é certeza de ouvir histórias de telefonemas e pedidos de reuniões feitos a eles por profissionais aflitos. “Ainda hoje recebi a ligação de um profissional desempregado há sete meses e que não sabe mais o que fazer”, diz Gabriel Santos, gerente das divisões de Finanças, Tributário e Jurídico da Talenses RJ.
O conselho do recrutador aos que estão nesta situação? “Que tentem manter a calma e não deixem transparecer desespero na hora da entrevista de emprego em uma empresa”, diz.
Nervosismo, com tanta concorrência no mercado é normal e todo mundo entende. Mas, o desespero causa má impressão e desconfiança, segundo ele. “Quem está muito desesperado tende a aceitar qualquer vaga. E as empresas temem que este profissional saia assim que receber uma oferta que considerar melhor”, explica.
Além deste, investigamos outros pontos que os candidatos devem ficar atentos ao participarem de processos de seleção. Confira:
1. Recrutadores utilizam a técnica de seleção por competências
A partir desta técnica, o recrutador avalia o candidato por meio das suas respostas a perguntas específicas que têm o objetivo de medir um conjunto de competências comportamentais previamente estipuladas pela empresa. “É uma técnica de seleção relativamente nova. Podem ser competências, como, por exemplo, foco no cliente, orientação para resultados, entre outras”, explica a psicóloga Gabriela Lembo, que já trabalhou na área de recrutamento de seleção da Gol.
Este tipo de entrevista é muito comum em entrevistas para profissionais mais experientes, diz Santos. “Não é só a questão técnica que é levada em conta na entrevista. Um gerente tributário com dez anos de mercado vai, certamente, atender às exigências técnicas. O que vamos avaliar são competências comportamentais, para saber, por exemplo, como ele iria lidar com uma situação específica”, afirma.
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2. Conhecer (de fato) a empresa pode mudar o rumo da entrevista
Navegar durante 10 minutos pelo site da empresa não é fazer a “lição de casa” para se preparar para uma entrevista de emprego, segundo Gabriel Santos, gerente da Talenses. Quem quer garantir a vaga deve estudar a empresa, indo bem além da pesquisa a respeito de missão, valores e visão.
Por exemplo, um candidato pesquisa e descobre que a empresa, de origem familiar, foi vendida recentemente e está sob o controle de um fundo de investimento. “Se o candidato já vivenciou isso e mostrar ao recrutador que tem esta experiência, pode se destacar”, diz Santos. Ele também indica que candidatos pesquisem sobre seus entrevistadores. “ O ideal é levar o maior número de informações para a entrevista”, diz o headhunter.
3. A questão “cite um defeito” é mais importante do que imagina
Travestir de defeito uma característica que você considera, na verdade, uma qualidade não vai contar pontos a seu favor na hora de responder esta clássica pergunta. É este o grande X da questão”, diz o gerente da Talenses.
As famosas respostas “detalhista demais ou perfeccionista” são frequentes neste tipo de situação. Além de extremamente batidas só demonstram que autoconhecimento pode não ser um ponto forte do candidato, segundo os dois especialistas.
“O que o recrutador quer medir vai muito além da característica apontada como defeito. Ele quer saber se o profissional tem capacidade de entender sobre si mesmo e se está ciente sobre pontos de melhoria”, diz Gabriela. A flexibilidade para mudar o que precisa ser mudado é um dos pontos de avaliação desta pergunta, segundo a psicóloga.
4. Recados não verbais são analisados cuidadosamente
A sua linguagem corporal certamente será posta à prova em uma entrevista de emprego. Recrutadores são treinados para perceber as mensagens transmitidas pela postura, expressão facial e gestos e também a partir disto é que vão compondo a sua impressão do candidato.
Além disso, roupas e o jeito de falar também serão estudados já que podem mostrar se o profissional conhece um pouco da cultura da empresa. Vai perder pontos, o profissional que aparecer de terno e gravata para uma entrevista em uma empresa de estilo informal, garantem os especialistas.
5. Sinceridade tem limite, sim
Há limite para a sinceridade e ele passa pelo bom senso. Não é porque o clima da entrevista é amigável e o seu entrevistador age de maneira bastante informal que tudo bem responder , por exemplo, que seu passatempo favorito e dos seus amigos é o abuso do álcool, recomenda Gabriela.
“Tenha jogo de cintura para se sair de situações em que a sinceridade pode ser comprometedora”, diz. O mesmo vale na hora de avaliar antigos chefes e empregadores anteriores.
Por: Camila Pati
Fonte: Exame
Imagem em destaque: Foto /Reprodução da Internet
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